Boca seca. Lábio quente. Lingua áspera.
Pele viva. A veia pulsa ainda que fraca...
Nos olhos, o lacrimejar constante. Na garganta, um choro preso, que arranha e engasga. Sufoca.
Na visão, vultos. Sepulcros. Fantasmas que não quis. Tuas sombras se arrastam entre minhas pernas, me perceguem.
Teu cheiro me invade, não me deixam respirar... Mas você não está aqui.
Nas mãos, o teu toque. Na pele, teus sentidos. E no peito, um palpitar rarefeito, torturante, querendo desistir dos seus caminhos.
Ainda consigo suspirar. Quase em suplício uma palavra abre espaço entre os dentes já cerrados...
"Volta"
e o peito arde feito corte seco de navalha.
por Raquel Duarte
Medo
Há 5 anos
Nenhum comentário:
Postar um comentário