sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Em mim

Ainda está em mim...

....tua presença, que me remeteu ao reconhecimento de almas... teu olhar que penetrou meus olhos feito a luz do sol... tua boca, que revelou um sorriso único...O teu gosto, que foi entregue com o sabor que eu já adivinhava, mesmo quando nossos sonhos pareciam insolúveis.

Mesmo assim, não sei dizer oque é verdade. Ou oque é permanece feito sonho. Se apenas estou insone, ou embriagada de ti. Embriagada deste desejo cretino que se agarrou em mim feito inseto. Cretino por que ao mesmo tempo (que arde) acaricia suavemente a alma, feito o movimento das asas das borboletas. Tú borboletas em mim, agarrado, com fúria e ânsia de vingar-se de tantas promessas.

Ainda assim, estás em mim. Seria fácil ir embora agora e decidir que o fim seria o melhor dos começos. Mas não quereremos ser fáceis. Queremos (sinto), esparramar o gosto disto que vivemos, com as mãos lambuzadas e assumidas de verdades tangíveis. Desistimos daquelas das ilusões das palavras, para acreditar que é possível. Sei que queres descobrir-te além das fantasias imortais.

Deixa-me ser simples. Sorrir um pouco e desviar os olhos dos seus, quando for preciso. Deixa-me te chamar e dizer destas bobagens que dizemos só para nos sentirmos próximos, vez ou outra. Deixa acontecer, mesmo que não entendamos direito os merecimentos e justificativas. Deixa, sentirmos tudo isso e mais um pouco . Em mim e em você. Deliciosamente únicos em nosso mistério.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Miragem

Desta vez, não pensei. Me entreguei as palavras. Mergulhei nos pensamentos insensatos e repleto de delícias as quais você me remete. Quis calar em mim, algo que reservei durante tempos. Inútil. Rasgou em mim como um ritual de renascimento. E de uma longa espera do novo. Do eclodir de um novo eu. Sem medos.

Pensei... se ao menos pudesse dar um passo a mais. Lentamente, indo. Lânguida. Trêmula. Incerta. Mas indo.Quando me entreguei as palavras, não tive controle. Só existia o ímpeto. Uma doce ilusão que teria você, naquele instante. Quebraríamos amarras. Voaríamos livres para dentro um do outro. Cerceando nossas incertezas. Descartando velhas hipóteses. O certo e o errado. O bom e o mau. O pecaminoso e o puro.Nada é mais puro e verdadeiro do que ouvir-te.

Quando sussurras, me grita. Sinto tua voz rasgar meus limites. Preciso saciar minha sede de saber o teu gosto. Desvendar seu mistério. Quero te descobrir como quem lê um livro. Página à página, tocando cada linha com os dedos e me permitindo todas as sensações possíveis. Quero também ler-te a alma, que se descortina pouco a pouco diante dos meus olhos. Então, venha, deita no meu colo e me diz (finalmente) porque estamos aqui.