É a noite que vivo, que conto uma nova história, que caminho ao longo de minha trajetória.
Incansável, ela me decifra e me devora. Minha mente é noturna.
Noturnamente
Te aceitei como alguém que tem sede
e te ofertam vinho
Então me deixei embriagar
sem medo, recusa ou limites
Tomei cada gole
lentamente
Saboreando o líquido ruge
que tingia os lábios
e adormecia a língua
Enchi a taça de novo
E bebi ainda mais rápido
deixando cair gotas
que escorreram pelas sardas do meu colo
percorreram entre meus seios
penetraram a pele
rasgaram meu peito
e habitaram em mim
desde então
herdei esta sede
que não se finda
só multiplica
de querer você
Destas convulsões registro o pensamento constante da cura, ainda que o método obsoleto seja o disfarce, vez ou outra vomito todos os pensamentos, assim ejaculam-se as frases imperfeitas e soluções malditas para algo que chamo carinhosamente de humor, fingindo que não são verdades místicas deste sentimento que me rasga inteira, ainda que eu implore absolvição.
Rastejantes frases. Gosmentas, repletas dos nódulos esverdeados do abandono .Carregam em si, pensamentos inoportunos e despidos de decência embriagados desta ânsia louca, de querer mais, invadir e sequestrar esta alma em desvantagem virginal.
Desta paixão, recolho minha vergonha, que embora enrustida em tantos risos soltos, me queixa de tanta aniquilação. Ouço-a, mas perco-a quando então meus olhos se veem nos seus. E quando, quase sem perceber, pousam em sua boca , registrando o formato, a cor e o movimento dos seus lábios ao libertar as palavras ao vento que enfim, são ofertadas à mim.
Cada vez mais rara é tua presença e tornando assim mais valioso seu espírito, que agora migra longe, entre o trabalho e a rotina incessante, danificando o contato com as verdades simples, calejando meus sonhos e fantasias destemidas de tantos nãos,
(Respiro) Seria sensato ir embora. “Toma esse sentimento que devora em mim as vísceras da sensatez cotidiana, me declaro livre .”
Mas não sou covarde, mesmo com este acúmulo de esperas e medos e até de suspeitas em que nosso reencontro eu transgrida, urre ou simplesmente me deixe seduzir pelo feitiço de ter seus lábios nos meus...incessantemente, não quero ir.
Não estou pronta para partir, embora algo que mais anseie seja a liberdade de ficar só, ainda não consigo. Preciso saber que você existe no meu mundo, mesmo que não para mim, ou para ninguém, mas que coexiste desta forma que tu és, com todos seus desígnios, crenças e temores. Assim...
Assim mesmo. Fica em mim e deita no meu peito só desta vez. Poderá então fincar suas raízes lá dentro, circulando todos órgãos e enfim compreendendo que falo de algo muito além do sexo. Inexplicavelmente mais sedutor. Mais puro e mais instigante que isso,
Sou jornalista há 10 anos, trabalhei em diversos jornais da região grande oeste como repórter, chefe de reportagem e editora. Trabalhei como editora de comportamento e sexo na Revista Corpo & Estilo da Editora Escala, fui executiva de contas da Revista Bienart da Fundação Bienal e Revista GV executivo da Fundação Getúlio Vargas. Também atuei como captadora de patrocínios para eventos. Atualmente sou assessora de imprensa em uma Agência de Comunicação na cidade de Osasco.