domingo, 1 de junho de 2008

Noturna mente

A noite sinto que as coisas ficam estranhamente claras. Debruçadas em pensamentos, verdades, medos e desejos sondam a alma. Registros antigos, abandonados em velhos arquivos, retornam feito fantasmas.

Não há solidão completa na noite. Chegam os pensamentos, ora lentos e frágeis, ora intensos e sufocantes. Quanto mais penso em não pensar, rio de mim mesma e de todas as tolices que cometi na vida.

Saberia decifrar os pensamentos se conseguisse acalmar minha alma, inteira e nua, ela transcende verdades e me ensina sempre algo que fingi nunca existir.

A noite agito o corpo e parece que todos os sentidos se aguçam. Sinto o perfume das flores, a textura do mundo, o som de silêncios profundos e outra vertigens.

Mas ouço, nítido e frágil, o palpitar singular do meu coração. Ele é tão inquieto e repleto de nuances, tão perspicaz que me provoca cócegas. Às vezes me congela a alma, com suas surpresas insensatas.

No entanto, é a noite que vivo. Que conto uma nova história, que caminho ao longo de minha trajetória.

Incansável ela me decifra e me devora. Minha mente é noturna.

Noturnamente

Um comentário:

Unknown disse...

Oi Ra!!!
Obrigada por compartilhar suas poesias e prosas comigo tambem...
Enquanto as lia, vinha na minha
mente aquela a imagem daquela garota idealista e sonhadora, poeta
de somente 15 anos... E eu 17...
Querida amiga, Deus te abencoou com
este talento, de traduzir em palavras toda a arte da vida...
Sou muito orgulhosa de vc, por estar fazendo aquilo que sempre gostou de fazer:
Noturna mente me recorda aquele nosso tempo de crianca-adolescente,
vizinhas, frequentando mesma escola
e classe e amor pela arte...
Parabens!


Beijinhos,

Regina Pratt